Príncipe Luís Filipe Maria Fernando Gastão d'Orleans nasceu a 28 de abril de 1842, no castelo de Neuilly-sur-Seine, filho primogênito do Duque de Nemours – quarto filho do Rei Luís Filipe – e da Princesa Vitória Augusta de Saxe Coburgo Gotha.
Escolheu a carreira das armas, primeiro cursando a Academia Militar de Segóvia e buscando depois a ação no Marrocos, onde cobriu-se de louros na batalha de Tetuan.
Aquele a quem estava reservada a patente de Marechal do Exército chegava assim ao Brasil em 1864 já temperado em combate e com brilhante folha de serviços.
Eclodida a Guerra do Paraguai, o curso do conflito em sua última fase o levou a chefia das forças nacionais, que exerceu com brilho e grande competência.
Tal é o testemunho do General Osório, Marques de Herval: "Brindo o Senhor Conde d'Eu, meu companheiro d'armas, pelo seu valor, pela sua coragem e pela justiça com que administrou o exército: brindo-o porque no Paraguai deu sempre provas de amar o Brasil e se devotou d'alma ao seu serviço como os brasileiros que lá serviram".
Sua afeição ao Brasil foi inteira e constante.
Estava ele na difícil situação que toca aos estrangeiros cônjuges de herdeiros do trono: exame rigoroso, juízo severo, crítica fácil. Mas soube – pelo seu caráter e por sua formação cristã – granjear respeito e estima nas funções oficiais como nas relações pessoais.
Ficou isso patente em 1921 quando aqui pôde retornar após três décadas de exílio, recebendo inúmeras manifestações de consideração e afeto.
Seu devotamento aos três filhos e o cuidado com sua formação foram exímios. Teve a preocupação de educá-los na consciência da herança histórica que encarnavam.
Com a Princesa Isabel cultivava no Castelo d'Eu o perfume de um lar brasileiro, e buscou, para a formação dos netos, ilustres mestres conterrâneos.
Já octogenário e enfraquecido, voltava ao Brasil em 1922 para as comemorações do Centenário da Independência, pretendendo apresentar aos brasileiros o neto, Príncipe D. Pedro Henrique.Mas aprouve a Deus chamá-lo ainda em alto mar, a bordo do vapor "Massilia".
Ultima manifestação de desvelo de uma doação plenamente assumida e do cumprimento do dever levado até o fim, exemplo de vida que se soma a muitos outros da Dinastia que regeu nossa Nação.
- Casa Imperial do Brasil
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