APOGEU POÉTICO - MODERNO BY JOÃO URAGUE FILHO
Patrono: Fernando Pessoa
Acadêmico: João Urague Filho
Cadeira: 02
EVENTO: APOGEU POÉTICO - MODERNO
Tema: Reflexão
DONOS DO NADA
Nós não somos donos de nada!
Só somos donos do fato incontestável
Do fato absurdo e inexorável
De sermos donos de nada!
Tá danado!
Somos donos pura e simplesmente
De não sermos donos da gente,
Tudo é emprestado!
Tá danado!
Até que a natureza se revolta
E quer tudo de volta!
Tá danado!
A vida é como se fosse um crediário qualquer
Que a gente vai tirando e debitando
Vai tirando e vai devendo
Até que um dia verificamos
Que já comemos e bebemos
Que já discutimos e nos calamos
Que já sorrimos e choramos
Demais! Tá danado!
Parece mentira que o riso e o pranto
O sonho e a desilusão
Sejam caros demais!
Tá danado!
A vida vem a ser uma mochila
Dessas onde a gente vai guardando
A saudade e a esperança
O sonho e o desengano...
E quando a gente menos espera
Tá pesada demais!
Sacoleja nas costas
De feridas postas...
Afrouxa e cai!
... E a gente parte e se reparte
Em duas partes iguais
Só que uma a terra come
Mas a outra... Essa voa
Contempla a carne ainda fresca no caixão
Faz um gesto de desdém
E vai para nunca mais...
Segundo a lenda que me contaram os profetas:
Amém!
A morte é um gato que espreita
Os ratos que somos nós
De patinha dianteira, certeira,
Alevantada e tudo! Tá danado!
Mas das angústias a pior
É aquela transa toda
Com a emoção do próximo momento.
Será que vai ser agora ou daqui a pouco?
Hoje, amanhã ou depois de amanhã?
Sairei ileso dessa ou serei atingido?
Se a arma está apontada para mim
Quando detonará o tiro?
Será que vai ser lenta ou abruptamente?
Porque com alguns o gato come num repente o rato
Mas com outros o gatinho treinado e jeitos
Balança o rabo e dá carreirinhas tontas
Brinca de dar tapinhas com as unhas
Afiadas para esse fim
E depois quando cansa de brincar
Vai em dentadinhas lentas
Devorando devagar! Tá danado!
... E eu que nem compro fiado
Porque não gosto de ser cobrado
De repente devedor
De toda dor que doeu
De todo pranto vertido
Da chicotada que ardeu
No ontem que foi perdido!
Tá danado!
Nós somos donos do nada!
Donos do inesperado e do improviso
Da incerteza do próximo momento
Da certeza de tudo aquilo que já passou.
Somos donos mesmo é do gemido
Desse gemido que gememos juntos
E vamos contando um a um
Até chegar o miserável grito.
O futuro é sempre o mesmo, ainda bem!
Todos arderemos juntos... Amém!
APOGEU POÉTICO MODERNO BY - Emília Guerra
Patrono : Ariano Suassuna
Acadêmica : Emília Guerra
Cadeira : 04
APOGEU POÉTICO MODERNO
- Tema : Reflexão .
REFLEXÃO (Emília Guerra)
Como não entender
tanta coisa tamanha
mensurando muito
acatando o tudo
sem mais ou menos
no aceitar toda diferença
Coisas para se avaliar
no X da questão
pelo sim, pelo não
Vamos a reflexão.
Não estando atoa na vida
no toque de recolher
assuntos ao meu ver:
Olhar a vida com benevolência
acatando todos e tudo no mundo
na arte
na crença
no credo
no gênero
na etnia
na raça
no amor amar
na condição humana...
Com toda verdade e atos sem farça
moramos na mesma casa a céu aberto
recebemos luz do mesmo sol, lua e estrelas.
Cativante mesmo é destreza da nobreza
de nos sentirmos contemplados e merecedores
do mesmo legado do nascer e do morrer.
Sem (re)flexão, andamos de marcha ré
e não mudamos a história nossa e de todos
no amor que Jesus ensinou: "Amaivos uns aos outros"!
APOGEU POÉTICO - MODERNO BY- Sheila Santos
Patronesse: Clarice Lispector
Acadêmica: Sheila Santos
Cadeira: 10
APOGEU POÉTICO - MODERNO
Tema : Reflexão .
AUTO-REFLEXO
Às vezes,
Tenho saudades
De pessoas de que não deveria sentir;
De fases boas que vivi;
De épocas que não voltam mais...
Às vezes,
Tenho vontade de voltar no tempo,
Tornar aos meus tempos de criança...
Época em que me sentia livre, forte;
Uma pequena ditadora,
Mãe de minhas bonecas,
A dona das brincadeiras...
Lembro-me dos sonhos...
Da vontade louca de crescer,
Ser independente;
Achava que me tornaria onipotente!
Recordo-me
Dos segredos enamorados
Com a lua,
Que bem me dizia:
Menina,
Aproveita teu tempo de criança...
Pra que tanta vontade de ser adulta?
Hoje, olhando-me no espelho,
Às vezes não me reconheço...
Às vezes pareço grande, destemida,
Tão segura, dona de mim...
Mas, em contrapartida,
Ainda guardo uma fragilidade
Que denuncia medos infantis...
Medos de escuro,
De temporais,
De vento forte;
Medos de grandes decepções...
Voltando para o espelho,
Reflito-me:
Não sei, na verdade,
Se ainda sou uma criança
Boba, brincalhona, medrosa,
Num corpo maduro de mulher;
Ou se realmente cresci,
Tornei-me adulta...
Mas, tão perdida, imatura,
E às vezes tão infantil,
Que o tempo passou
E nem me dei conta,
Que me tornei velha demais
Pra me sentir de novo como criança...
Aliesh Santos
12.03.2016
APOGEU POÉTICO - MODERNO BY João Urague Filho
Patrono: Fernando Pessoa
Acadêmico: João Urague Filho
Cadeira: 02
EVENTO: APOGEU POÉTICO - MODERNO
Tema: Reflexão
DONOS DO NADA
Nós não somos donos de nada!
Só somos donos do fato incontestável
Do fato absurdo e inexorável
De sermos donos de nada!
Tá danado!
Somos donos pura e simplesmente
De não sermos donos da gente,
Tudo é emprestado!
Tá danado!
Até que a natureza se revolta
E quer tudo de volta!
Tá danado!
A vida é como se fosse um crediário qualquer
Que a gente vai tirando e debitando
Vai tirando e vai devendo
Até que um dia verificamos
Que já comemos e bebemos
Que já discutimos e nos calamos
Que já sorrimos e choramos
Demais! Tá danado!
Parece mentira que o riso e o pranto
O sonho e a desilusão
Sejam caros demais!
Tá danado!
A vida vem a ser uma mochila
Dessas onde a gente vai guardando
A saudade e a esperança
O sonho e o desengano...
E quando a gente menos espera
Tá pesada demais!
Sacoleja nas costas
De feridas postas...
Afrouxa e cai!
... E a gente parte e se reparte
Em duas partes iguais
Só que uma a terra come
Mas a outra... Essa voa
Contempla a carne ainda fresca no caixão
Faz um gesto de desdém
E vai para nunca mais...
Segundo a lenda que me contaram os profetas:
Amém!
A morte é um gato que espreita
Os ratos que somos nós
De patinha dianteira, certeira,
Alevantada e tudo! Tá danado!
Mas das angústias a pior
É aquela transa toda
Com a emoção do próximo momento.
Será que vai ser agora ou daqui a pouco?
Hoje, amanhã ou depois de amanhã?
Sairei ileso dessa ou serei atingido?
Se a arma está apontada para mim
Quando detonará o tiro?
Será que vai ser lenta ou abruptamente?
Porque com alguns o gato come num repente o rato
Mas com outros o gatinho treinado e jeitos
Balança o rabo e dá carreirinhas tontas
Brinca de dar tapinhas com as unhas
Afiadas para esse fim
E depois quando cansa de brincar
Vai em dentadinhas lentas
Devorando devagar! Tá danado!
... E eu que nem compro fiado
Porque não gosto de ser cobrado
De repente devedor
De toda dor que doeu
De todo pranto vertido
Da chicotada que ardeu
No ontem que foi perdido!
Tá danado!
Nós somos donos do nada!
Donos do inesperado e do improviso
Da incerteza do próximo momento
Da certeza de tudo aquilo que já passou.
Somos donos mesmo é do gemido
Desse gemido que gememos juntos
E vamos contando um a um
Até chegar o miserável grito.
O futuro é sempre o mesmo, ainda bem!
Todos arderemos juntos... Amém!
APOGEU POÉTICO - MODERNO BY- JOANA TIEMANN GABE
Patrono: Pablo Neruda
Acadêmica:Joana Tiemann Gabe
Cadeira: 12
APOGEU POÉTICO - MODERNO
Tema: Reflexão
Encontre o amor verdadeiro
Esqueça o mundo inteiro.
Sinta o que é relevante!
Talvez consiga perceber
que todo o dinheiro que você acumulou
não te serve para nada.
Faça um passeio pelo universo
Descubra o diverso.
Veja o que é relevante!
Tarde não será nem naquela hora
que você pensa ir embora
para nunca mais voltar.
Faça o que é relevante!
Solte o verbo
os segredos que você sempre quis contar
e teve medo.
Fale o que é relevante!
Agora levante
e comece a andar.
Joana Tiemann
APOGEU POÉTICO - MODERNO BY Sanjo Muchanga
Patrono; Affonso Romano Sant'anna
Académico; Sanjo Muchanga
Cadeira : 08
APOGEU POÉTICO - MODERNO
Tema : Reflexão
Hoje reflicto todo o amor
Que o tempo e o poema me roubaram
Nos rascunhos dos guardanapos
No Café Bar da Avenida 25 de Março.
Reflicto todas as paixões selvagens
Das minhas viagens a Paris
Nos poemas de Luís de Camões
E no ritmo das belas paisagens
Hoje reflicto todo aflito
No poema do Gonçalves Dias
O hino do poeta exilado
No último suspiro do verso deste poema.
Não esquivo o equívoco do poema
Do Fernando Pessoa nesta canção
Onde reflicto as cartas ridículas
E o meu amor também ridículo
Como todas as palavras esdrúxulas
Do karingana do José Craveirinha
E ao ritmo do rock’n’ roll de Elves Presley
Quando esta escrita um dia for poema.
Sanjo Muchanga
APOGEU POÉTICO - CLÁSSICO BY SIMONE MDEDEIROS
Patrono : Dante Alighieri
Acadêmica : Simone Medeiros
APOGEU POÉTICO - CLÁSSICO
Tema : Reflexão
.
CAMINHOS DA REFLEXÃO
Por uma estrada tortuosa e dolorida
Deparamos não tardio com os erros
No espelho vê-se o reflexo à vida
Cai-se de joelhos sob os desterros
Na mente a culpa moi-se em torvelinho
Tentando assimilar o q' não deu certo
Aos tantos passos errados no caminho
É neste vai e vem d' lamentos q' desperto
Ao que pôde-me ser bom para o meu ego
Satisfaço em choros as mágoas sentidas
Ora perdidas nos escaninhos do superego
Tantas reflexões p' se ter as mágoas banidas
De um coração que chora por coisas banais
Que diante das mazelas do mundo são apenas
Gotas órfãs num imenso oceano tristonho d' ais
Poupe-me das ondas agitadas... deixe-me apenas
Às tuas lágrimas em ondas mais suaves, amenas
Dê-me uma nova chance aos meus passos
Posto que farei do caminho saídas plenas
Pois, refletir sobre eles é fazer da vida paços
Simone Medeiros